Ele é meu boneco amarelinho. Tem aquelas pintinhas no peito
e todo um ar de capitão. Não admite, mas acorda mais dengoso que eu. Disfarça
drama com braveza. Tem cheirinho de Homem. Respeita minha – como é que ele
chama mesmo? – frigidez. Ameniza minha frigidez. Ensinou-me gritar. Aprendi
xingar. Porque bagunça meu cabelo (e minha vida), mas arruma. Conhece com o que
me estresso e sabe a palavra que acalma. Inspira. Expira. Lê quanto eu, escreve
melhor. Ama do jeito mais doido que já vi. É racional, real e me faz querer ser.
Querer ser e crescer. Tem insônia e vela meu sono. Me aperta como se não fosse
pra sempre. Cuida de Cleo melhor que dele. Cuida de mim melhor. Melhora. Tira
foto e manda. Faz exatas e tem o coração inexato. Decora os dias por mim. Sabe
minha alma, mas não minha senha. Me beija no olho e me dança na sala. Sabe brincar com Sofia igual com Maria Fernanda. É lindo. E forte. Mata com a boca, beija com o olhar. Atura o
drama, o sono, o tanto, a saudade. Leal. Leão. Às vezes, arranca-me o braço,
quando acaricio. Depois me dá um melhor. Ou deixa eu usar o dele. Quer muito,
sem saber que já é.
Desanda...
aí Desarma
a Arma
Dura
Dura
e Ama.